Uma mentira muitas vezes repetida não se torna uma verdade. Por muitas vezes que essa mentira seja repetida!
Na sequência do comunicado emitido pelo CD Nacional, Futebol SAD dando conta da decisão da TAP em abolir a tarifa do desporto e denunciando as consequências daí resultantes para as equipas desportivas da Região Autónoma da Madeira, veio a companhia aérea afirmar que o novo modelo será vantajoso para os clubes, uma vez que permitirá em 60% dos casos viajar com uma tarifa mais baixa do que a até agora aplicada.
Depois de ter garantido que os preços das ligações aéreas entre o Continente e as ilhas eram módicos, vem agora a companhia uma vez mais socorrer-se de números e estatísticas para mascarar a realidade e esconder uma verdade inquestionável:
O fim da tarifa do desporto deixa as equipas da Região Autónoma da Madeira reféns de uma política de preços abusiva e absurda, que aproveita de forma inaceitável o modelo do subsídio de mobilidade em vigor para aumentar substancialmente os rendimentos da empresa e os prémios a distribuir por alguns dos seus colaboradores.
E deixamos um exemplo concreto.
As viagens da equipa sénior de futebol do CD Nacional para o estágio de preparação de pré-temporada a realizar no Continente, apesar de marcadas com mais de um mês de antecedência, vão custar mais 36% do que custariam se estivesse em vigor a tarifa do desporto.
E isto optando pelos horários mais baratos e não pelos mais adequados a uma equipa profissional.
Atendendo à realidade do desporto, em que as alterações nos dias e horas de jogos são feitas com duas a três semanas de antecedência, facilmente se percebe que os tais 60% de que fala a companhia dificilmente serão atingidos. Bem pelo contrário.
Único a lucrar: a TAP!
Assim, mais do que o apelo, fica o repto a todas as instituições públicas do país e às coletividades desportivas da Região para que se juntem na contestação a esta medida e também o desafio ao administrador da TAP, Bernardo Trindade, para que assuma de forma clara e inequívoca o seu papel, ajudando a encontrar uma solução que permita aos clubes da Região viajar sem custos acrescidos.
Só assim se garantirá a sua participação nas competições nacionais e consequentemente a continuidade territorial.